Larica é uma gíria que significa impulso incontrolável por comer coisas bem gostosas - lê-se frituras, massas e doces (se conseguir esses três atributos em um quitute só, você alcançará o nirvana). Receitas fartas em calorias, com ingredientes usados bem longe do seu lugar-comum, em combinações inusitadas. Veja nossas sugestões de laricas de inverno que vão aquecer a sua alma - e deixar seu projeto verão para bem mais tarde.
Da nada light receita da feira até a moda fitness, que colocou os termos “sem glúten” e “sem lactose” no vocabulário dos brasileiros preocupados com a boa forma, a tapioca tem lugar garantido na gastronomia carioca. A Tapí, que começou como food truck e acaba de abrir sua primeira loja de rua, no Leblon, encara os dois mundos numa boa: o cardápio oferece tanto recheios fit quanto gordices inimagináveis. Uma delas é a Tapí Larica (R$16): massa fininha e crocante recheada com brownie e doce de leite. Sim, brownie, doce de leite e tapioca na mesma sobremesa. É possível, e é muito bom. Outra que faz sucesso é a Leche: Tapí com doce de leite, limão e flor de sal (R$16 - foto), um dos hits da casa.
Doce de leite é estrela de mais uma larica carioca. Kátia Barbosa e Emerson Pedrosa, cozinheiros à frente do excelente Bar Kalango, recém-aberto na Praça da Bandeira, não vieram a este mundo a passeio. Sabe aquele desejo incontrolável de comer rabanada fora de época? Seus problemas acabaram. A casa serve rabanada de broa de milho, que vem coroada com doce de leite e flor de sal, servida com creme de tapioca (R$10). É a sobremesa mais arretada deste bar de comida sertaneja.
. Veja o Top5 da chef Katia Barbosa, chef do Kalango e do Aconchego Carioca.
O fondue de coxinha é o hit gastronômico do inverno 2017. Inclusive, a origem da receita virou polêmica nas redes sociais, mas, graças ao blog Saideira (saiba mais aqui), o Bar da Frente, na Praça da Bandeira, reivindicou sua autoria - a larica é patrimônio da casa desde 2010. O fondue de coxinha (R$30,90) é para aplacar a larica deste salgado brasileiro que anda tão estigmatizado por conta da política. A porção vem com oito unidades e um rechaud com catupiry fumegante, para que você possa mergulhar suas coxinhas e afundar as mágoas da crise nacional.
Quem mais pensaria em fazer um cachorro-quente no qual um bolinho de arroz assume o lugar do pão? Só poderia ser o criador do melhor bolinho de arroz do Rio de Janeiro, Antonio Carlos Laffargue, popularmente conhecido como Toninho. O Momo Dog (R$20) é uma das estrelas da constelação de petiscos que abrilhantam a cozinha do premiado Bar do Momo, na Tijuca. O dito bolinho, preparado com muito queijo, envolve a linguiça artesanal. Ambos recebem cobertura de queijo no maçarico, como pode-se ver (e babar) na foto.
Quando os memes apontam que o brasileiro não tem limites, isso é verdade. A casa de sanduíches Seu Vidal, em Copacabana, uniu duas paixões nacionais: o pão de queijo e a coxinha, um casamento nada provável, mas próspero. A iguaria vem com recheio de frango com catupiry (R$8). E a criatividade não parou por ai: tem rissole de camarão com catupiry (R$10) e bolinha recheada com cogumelo (R$10) também com massa de pão de queijo. Ficou na dúvida? Peça o trio por R$ 24.